sábado, 12 de maio de 2012

Hipoteticamente falando do amor


E se ele for activado por estímulos? Isto é, se um amor acaba (ou nós pensamos que acaba) e, mais tarde, quando houver um estímulo que o accione, tudo voltar? Se o amor não for simplesmente um sentimento que temos por outra pessoa numa dada altura e que ou vive, ou morre. E se o amor adormecer? Se tirar férias? Se cessar por momentos para, depois, voltar em pleno quando somos estimulados a que isso aconteça? Pensei nisto, como penso em tantas outras coisas. Penso nisto quando tento perceber o amor. São teorias estapafúrdias, talvez. Porque o amor é, afinal de contas, uma força que existe dentro de nós, que nos deixa encantados e extasiados com outra pessoa, que nos faz querer estar com ela a toda a hora, olhá-la nos olhos, beijá-la e abraçá-la e, se deixamos de estimular o amor, com o que quer que seja, o amor acaba por morrer (ou adormecer, como disse acima). Não falo em relações à distância, não, porque aí os estímulos dados são outros, mas têm de ser dados. Porque nenhum amor é alimentado de nada. Podemos até ter estado com uma pessoa num determinado sítio, sítio ao qual nunca mais regressámos, contudo, no dia em que lá voltamos, as memórias voltam e afloram a pele e o espírito. Inconscientemente, activámos o amor que estava escondido dento de nós. Podemos mesmo deixar de falar com uma pessoa, nunca mais manter diálogo, mas no dia em que uma mensagem surge ou os olhares se tocam, a magia volta, tudo volta. Talvez nós tenhamos necessidade de adormecer certos amores, para permitir que outros entrem na nossa vida. Todavia, na verdade, esquecer é um processo muito mais complexo do que podemos pensar pois, provavelmente, nunca saberemos até que ponto realmente nos esquecemos de algo, nunca sabemos se aquele assunto ficou perdido dentro de nós, em algum sítio que pode ser activado um dia mais tarde, ou se se esvaiu completamente do corpo e da alma. Muitas vezes desconhecemos a nossa própria mente, desconhecemos se esquecemos ou se não esquecemos. Sabemos apenas, até certo ponto, quem amamos num determinado momento. Mas o mais provável é que nunca saibamos quem conseguimos verdadeiramente esquecer.

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