É isso mesmo que diz o título - saudade infinita de ti. Todos os dias custam, uns mais outros menos, é certo, mas há dias em que a saudade não cabe mesmo no coração. Até hoje ainda estava naquela fase de "dormência" como quem não está a acreditar bem no que aconteceu, que acredita que não pode ser verdade. Hoje, de facto, caí em mim e comecei a chorar desesperadamente. Há uma sensação de perda tão grande, uma saudade tão forte de voltar a ver-te olhar para mim... Queria muito poder dizer-te coisas que não disse, coisas que acho que nunca soubeste. No fundo, só queria poder voltar a estar contigo, nem que fossem 5 minutos, e dizer aquilo que nunca disse. Gostava mais daquela fase de "dormência" em que conseguia rir e brincar sem acreditar que tinhas ido embora. Todavia, conforme o tempo passa, apercebo-me que não voltarás mais, e o vazio de entrar em tua casa e não te ver, de me sentar à mesa e não estares lá, de ter algo para contar e não poderes ouvir assola-me o espírito e a alma. Todos aqueles sonhos que tinha em miúda, que um dia me virias casar, que um dia terias um bisneto, que um dia ficarias orgulhoso porque tinhas uma neta licenciada desmoronaram-me com a notícia "Joana, o avô faleceu". Tu eras muito importante na vida de muita gente, mas na minha tinhas um lugar muito especial. A verdade é que nunca imaginei o dia em que te fosse perder, e mesmo quando dizias "quando o avô morrer, vais lembrar-te de mim" eu cogitava, para mim, que eras eterno e nunca teria de te ver partir. A tua casa está vazia sem ti, o teu lugar à mesa está desocupado, os teus ideais e convicções que defendias tão fervorosamente acabaram por estagnar e por nós fica uma saudade imensa por não te poder voltar a ter. Queria tanto voltar a ter-te, queria tanto que alguém me acordasse e dissesse que era só um pesadelo e que ia passar. É utópico, é certo, mas era tão bom... Enfim - digo suspirando - olha por mim porque eu por aqui sinto-me sozinha...