Passo e espero. Espero por um sinal de ti que diga que existe um "nós". Pode não ser agora, pode nunca ter sido de facto, mas que haja um "nós" em alguma parte da nossa vida. Não peço promessas ou juras eternas, peço momentos, pequenos laivos de alegria que me permitam guardar na memória algo de extraordinário. Não quero algo duradouro, quero algo verdadeiro. Se for contigo, tanto melhor. Connosco terá sempre um sabor agridoce, aquele travo a erro, aquela sensação de que não nos devíamos deixar levar por sentimentos obtusos que nos consomem. Na verdade, é o que acontece nesta coligação que criámos mesmo sem querer: consumimo-nos. Amamos desmesuradamente sem deixar frechas de liberdade. No fundo, somos escravos de uma paixão ardente que desconhecemos a força e vitalidade. Não obstante, tentamos acerrimamente libertar as correntes fervorosas da fúria que é esta ânsia de nos termos, vivendo vidas separadas preenchidas por sonhos opostos e ideais contraditórios. Por isso digo e repito: não quero uma vida em pleno, quero um momento, um momento inesgotável.
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