sábado, 1 de dezembro de 2012

Esquecimento


Há coisas que acabam sem motivo aparente. Acabam, simplesmente. De um momento para o outro deixamos de conhecer uma pessoa e passamos a ver outra, como se o invólucro fosse apenas isso - uma capa vazia sem conteúdo. Aquilo que alguém fora outrora para nós, a forma como nos tratava, o lado que mostrava evaporara-se num piscar de olhos. Repentinamente passamos de "tudo" a "nada". Assim, sem mais nem menos. E quando nos perguntam o porquê, respondemos que foi um "acumular de situações". Um acumular? Pergunto eu. Quem ama, fica. Não desiste. Não vira as costas. Quem ama, luta. Dá tudo. O que tem e o que não tem. Não desperdiça um futuro porque se cansou. Picos? Altos e baixos? Todos temos. No entanto, o mal está quando ficam coisas por resolver, palavras por dizer, sentimentos por findar... O pior mesmo é quando tudo acaba e o nosso coração continua sem aceitar esse facto. E, na verdade, ele tem razão. Porque não lhe demos um motivo suficientemente forte para ele poder esquecer. Limitamo-nos a iludi-lo com um "não deu". Justificação essa que para um coração apaixonado não chega, de todo. No fim, continuamos a chorar quando o assunto devia estar enterrado e os suspiros sucedem-se à mínima lembrança. Os sentimentos não morrem se não forem enterrados. E quem quer enterrar aquilo que nos fez companhia durante tanto tempo? Que nos encheu de sorrisos? O tempo passa, sucede-se... Mostra-nos que "há um ano atrás..." era assim e agora é doutra maneira. No fundo, no fundo a pergunta fulcral é a seguinte: até que ponto conseguimos verdadeiramente esquecer?

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