terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Saudades


Tenho-as com tanta força e tantas vezes, que sinto que já não me cabem no peito. Não cabem? Claro que cabem, e só têm de caber. Há saudades que não se podem matar, que só se acumulam e aumentam e ganham uma dimensão tão acentuada que, por vezes, é difícil ignorar que elas lá estão. Quando a noite cai, intensificam-se. Porque a noite me traz uma nostalgia, uma recordação veemente e incessante do que foi e já não é. Um desejo avassalador de te tocar e abraçar. Umas vezes deito-me na cama, outras vou conversar com a Lua, outras tantas limito-me a olhar para as recordações. Já dizia Shakespeare "Conservar algo que possa recordar-te seria admitir que eu pudesse esquecer-te." e, de facto, eu não necessito de olhar para as coisas que olho para saber como é o teu sorriso, o teu jeito, a tua voz, a tua forma de ser. Mas gosto de olhar. Gosto de me presentear com um pouco do passado, já que o presente não te traz para perto de mim. Regozijo-me por tudo o que aconteceu, não aconteceu e podia ter acontecido. As saudades são apenas o reflexo da frase que antes usava muito "There are things that will never die". E conforme o tempo passa, mais disso eu me convenço. Mesmo que os caminhos sejam opostos, o Sol que te guia será sempre o mesmo que o meu. E sabes que mais? Se o Sol nos guiar para o mesmo lado, lá nos havemos de encontrar, caso contrário as saudades vão continuar a estar como estão: umas vezes verdadeiramente insuportáveis, como hoje, e outras vezes quase dissipadas pelas memórias. No fim, no fim eu acredito que: Everything happens for a reason.

2 comentários:

AnaBrito disse...

Obrigada pelo comentário, gostei muito do teu blog e vou seguir :)

Joana Madeira disse...

Obrigada, beijinho :)*