domingo, 19 de junho de 2011

A minha visão não romântica das coisas *experiência mental*

Quem me conhece sabe, e quem vai seguindo o meu blog vai sabendo que eu tenho um lado romântico e dado ao amor muito apurado. No entanto, às vezes faço aquelas "experiências mentais", assim do género de René Descartes "vamos imaginar que há um génio maligno que manipula os nossos pensamentos..." e assim por diante. Ou seja, tento desligar-me da minha própria forma de pensar para tentar ver as coisas de outra forma. Reparei que, ou sou muito má aprendiz de filósofa, ou sou mesmo uma romântica incurável. A verdade é que, depois de tentar abstrair-me do amor é a ele que vou dar. Então aqui vai a minha "experiência mental":
Quem gosta de amar e precisa de amor para se sentir realmente feliz e amado, não consegue simplesmente deixar de amar ou de buscar o amor.
Imaginemos que eu decido dedicar-me somente a alguma coisa, a um objectivo, vamos imaginar a escola. Decido que me vou empenhar a 100% na escola, sem dar grande atenção aos amigos, aos familiares e nem sequer pensar no amor no sentido literal. Vou começar a estudar todos os dias, a toda a hora. Fazer uma vida casa, escola, escola, casa. Nunca saio, nunca falo com ninguém, nunca mando mensagens, cancelo o meu facebook e deixo de usar o msn. A minha vida regula-se pelo objectivo de tirar boas notas e somente isso.
Tudo parece possível, já que eu só quero estudar e tirar boas notas, foi uma decisão minha e eu quero pô-la em prática. Na verdade não é exequível. Eu sei que há pessoas que não ligam ao telemóvel, que raramente vão à internet, que a vida social não é minimamente relevante e o amor é apenas um pequeno acessório que não faz falta nenhuma, como uma caneta perdida no meio da mala que costumamos usar. Porém, aqueles que querem a paixão, que precisam de falar, de conviver, de se sentir amados, de procurarem incessantemente atingir o verdadeiro amor, nunca conseguirão cingir-se a uma só coisa. Mesmo que o tentem fazer, a cabeça estará noutro lado, pensando "o que seria se eu fizesse isto?" e "como teria sido se eu tivesse ido 'àquela' festa com 'aquela' pessoa?".
A minha experiência mental levou-me a uma conclusão:
Quem tem coração de amante, não consegue simplesmente deixar de amar.

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