terça-feira, 25 de setembro de 2012

Românticos


No amor nem sempre se ganha, na verdade, muitas vezes, perdemos mais do que ganhamos. Perdemos tempo, amor próprio e dignidade. Perdemos partes de nós, partes genuínas, doces, puras e belas, perdemos coisas irrecuperáveis. Tudo em prol de quê? De um sentimento fugaz, uma triste eloquência que quisemos experimentar. As repercussões de uma decisão mal tomada mostram-se, por vezes, inglórias. Eu tendo a racionalizar os sentimentos, a dar um nome a cada coisa, idealizo até um presente, um futuro próximo. Sou assim, romântica. Um grande problema nos dias de hoje... Nós, os românticos, oferecemos de bom grado o que de melhor temos sem sequer pensar nas consequências de tal atitude, o que é facto é que não pensamos num amanhã a preto e branco, mas sim cheio de cores, entregamo-nos sem reservas. O "para sempre" é inerente ao desejo de amar e o "talvez" não se coloca: ou "sim" ou "não". Nós, os românticos, somos patéticos. É verdade. Patéticos. Porque ainda nos damos ao trabalho de acreditar que um dia vai ser diferente, que surgirá uma história de amor pura e genuína, coisa que não existe, excepto nos livros do Nicholas Sparks. Rimos à gargalhada e choramos copiosamente com uma facilidade que até a nós nos assusta. Resguardamo-nos quando somos magoados com a convicção inabalável de que não voltaremos a ser ingénuos. But, guess what? Voltamos a sê-lo. Over and over again. Há coisas que nos magoam, coisas que outras pessoas não entendem. Ligamos a pormenores, ténues detalhes que passariam despercebidos a qualquer um, menos a nós. Ser romântico é uma desvantagem imensa em pleno século XXI, mas sabem que mais? Eu gosto de ser assim.

3 comentários:

Unknown disse...

Adorei e concordo plenamente, ser romântico nos dias de hoje são maiores as decepções que as alegrias ainda assim acho que não o conseguiria deixar de ser!! Parabéns pelo texto ;)

Joana Madeira disse...

Obrigada! **

Angel disse...

o romance é um das experiências mais bonitas que vivemos, e às vezes não nos apercebemos que abdicamos de tantas coisas para podermos sentir aquela sensação de nostalgia que gostamos tanto, se vale a pena? Digo que sim! :)