Às vezes paro. Penso. Reflicto. Volto a parar, a pensar e a reflectir. Minto. Eu nunca paro, nem penso, nem reflicto. Sou impulsiva, tenho o coração ao pé da boca e a alma a brotar pelos poros. Não sou calculista, nem racionalista. Não espero, nem sou paciente. Sou rápida, implacável, precipitada, impetuosa e irritadiça. Sou mesmo assim. Digo o que quero, o que penso que quero e o que não quero. Não penso nas consequências. Quando dou por mim já vou onde não queria ir. E sou orgulhosa. O que não me deixa voltar atrás nas minhas decisões, sejam elas certas ou erradas. Incorrectas ou acertadas. Não dou o braço a torcer. Sou teimosa, sou mesmo muito teimosa. Estou sempre lá para quem mais gosto. Resmungo, protesto, guerreio e amuo quando me fazem o que não gosto, mas continuo lá. Até um dia. E quando esse dia chega, quando atinjo o meu ponto de ebulição, quando esgoto toda a minha paciência, quando o choro se torna uma constante do quotidiano, eu paro. Deixo de suster tudo aquilo que me atormenta, e rebento. E digo tudo, tudo, tudo. Digo e não me calo. Falo até não poder mais. E depois sigo. Mais vazia, é certo. Sigo sem um pedaço de mim, sem uma parte de coração, mas sigo. Gostava de ser diferente, evitaria muitas chatices, muitas lágrimas, muito desespero, muitos calafrios, muitas lamentações. Evitaria muita coisa. Mas eu sou mesmo assim. A pain in the ass.
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