O vento passa e deixa uma lágrima cair. Com saudades do que já tive e do que perdi. Com pena do que nunca terei. Talvez não saiba viver, ou talvez queira viver demais, mas os sorrisos são constantemente substituídos por lágrimas salgadas que vegetam nos lábios secos e rebentados. Há lacunas que não são preenchidas, coisas que ficam por dizer, mágoas inerentes à história de vida... E suspiro - sem quase fazer barulho - tentando aliviar a pressão que percorre as veias e artérias, que percorre o corpo todo. O ritmo cardíaco acelera, as forças ficam pelo caminho e, quando deixo o corpo cair, morto, na cama, nada sinto, senão angústia. Porque há dias assim, há dias em que estamos sensíveis, e tristes e nos dá para chorar. E há dias em que lemos coisas que nos fazem chorar. E nos lembramos de coisas que nos fazem chorar. E, mesmo que não tenhamos qualquer motivo, limitamo-nos a chorar. Não é mau chorar. Para mim não. Às vezes pergunto-me acerca dos porquês. Não só dos que me são alheios, como também daqueles que são relativos à minha própria pessoa. O mundo é assim, a vida é assim... Que fazer mais? Aguardar. Porque haverá um dia, um momento, um efémero instante em que seremos as pessoas mais felizes à face da Terra.
Sem comentários:
Enviar um comentário