Quando a saudade é já um hábito, vivemos com ela, lidamos com ela, encaramo-la como um mero contratempo do dia a dia, presente na nossa rotina. No entanto, há dias em que a saudade entra de rompante e abala-nos com tal intensidade que voltamos a sentir tudo de novo, como no primeiro dia. É em momentos como este, em que estou aqui sozinha, perdida entre pensamentos, que a saudade vem ao meu encontro, com toda a sua veemência, e me faz sentir vazia, triste, como quem está perdida num deserto sombrio. A saudade é talvez dos sentimentos mais vorazes que existe, dos que mais nos destrói e nos desgostam. Talvez seja, até, aquele com o qual mais temos de lidar, sem a certeza de que um dia podemos saciar esta falta constante, por vezes adormecida, de algo ou alguém. Eu sou daquelas pessoas que acredita no destino, e que as coisas serão como têm de ser. Por vezes precisamos de espaço e tempo, para deixar as feridas sarar, para que os ódios sejam esquecidos e só o amor recordado, para que as discussões e as mágoas sejam apenas vírgulas em histórias cheias de palavras bonitas. Acredito que há algo dentro de nós que guarda o melhor que houve. Essa pequena chama reiterará até ao fim, até que a morte leve a réstia de vida que avassala os nossos corações. Nesta vida, ou na outra, tudo será o que tem de ser. Temos uma eternidade à nossa espera...
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