«Há coisas inexplicáveis, e a forma como me apaixonei tão depressa por aquele homem é uma delas. Eu sei que nunca te tinha falado dele antes, mas a razão é simples – voltar a falar dele é como desenterrar e reviver aquele amor e, por muito bom que tenha sido, há certas partes que me magoam tanto que prefiro não recordar. Até me ter apaixonado pelo Afonso e ter vivido o nosso grande amor, eu era uma pessoa, depois de tudo acabar, transformei-me noutra. Todas as coisas pelas quais passámos, inclusivamente a nossa separação definitiva, fizeram de mim uma pessoa mais fria. Quando algo nos magoa tanto que preferíamos morrer a ter de passar por coisa semelhante outra vez, o nosso coração arrefece e transforma-se apenas num músculo. Deixa de viver e de sentir o amor, limitando-se a bombear o sangue que nos faz viver. No entanto, não penses por um momento que me arrependo de algo. Ele sempre foi e sempre será o meu marco, a minha força, o espelho para onde posso olhar e ver a pessoa que fui, outrora.»
In novo romance (que ainda não tem nome!)
Por: Joana Filipa
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