Já não consigo ficar triste. Não sei se é bom ou mau, sei que as emoções já me passam ao lado e eu não gosto de ser assim, não contigo, não em relação a nós. Mas, mesmo que tente, não fico magoada com a realidade, fiquei fria e distante com o passar do tempo e não sei se o meu coração se abrirá de novo. Cheguei a um ponto de saturação tão elevado que nem eu própria consigo explicar. As palavras parecem-me insuficentes para descrever este estado de espíriro; o meu coração bate mais forte quando penso nisso, é verdade, mas não tenho vontade de chorar, se desesperar, de enterrar a cabeça na almofada e esperar simplesmente que o tempo passe. Por contradição, também não quero viver o tempo. Se calhar penso demais nas coisas e provavelmente faço um bicho de sete cabeças de uma coisa simples, mas a mim não me parece uma coisa simples, parece-me algo que se pensasse a sério, estaria pelo quarto às voltas, de braços soltos, a olhar para o tecto à espera de algum milagre. Mas nada disso, só estou exausta - exausta de tentar e não conseguir, exausta de não conseguir por não tentar, exausta de não tentar, exausta de pensar que consegui e não conseguir nada.
Há momentos assim, acho que todos os temos. Na verdade, acho que a única coisa que precisava era de uma estrelinha que brilhasse mais que todas as outras estrelas. Se calhar ela já está lá, algures, só preciso que ela brilhe e me resgate, para onde não interessa, só que me tire daqui.
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