Estou naqueles momentos em que nem penso: escrevo. Escrevo porque só assim me consigo exprimir. Ou então grito, mas por pena dos meus vizinhos vou limitar-me ao silêncio das palavras. Nem sei bem por onde começar, nem mesmo o que quero dizer. Talvez queira apenas reflectir sobre as pessoas que passam pela nossa vida. Faz-me confusão como é que uma pessoa pode significar tanto, pode significar tudo e, de um dia para o outro, passa a ser rigorosamente nada... Como a distância pode cortar laços que foram outrora tão fortes, como pode ela apartar dois corações aos quais se prometeu o amor eterno. Não me faz muito sentido, confesso. Mas há uma coisa que me faz ainda menos: pessoas que simplesmente não abandonam o nosso coração. Podem passar semanas, meses, anos... que há sempre uma réstia, uma coisa de nada, uma memória viva que flameja cada vez que vez que há um mínimo contacto, despoletado por mínimas coisas. O que me azucrina é como poderemos ter esta discordância: pessoas que são tanto e se transformam em tão pouco com uma facilidade quase assustadora e outras que são tanto e permanecem intocáveis no nosso coração por muito e muito tempo, mesmo que tenhamos seguido caminhos distintos. Nem sei por que vim para aqui escrever, é mais o desespero de não poder desabafar com ninguém, ninguém que queira ouvir estas pseudo-crises existenciais. Ou pode ser por eu não querer de facto falar com ninguém, querer somente gritar, gritar sem fazer barulho.
1 comentário:
Obrigada :) feliz 2012 para ti :)
Enviar um comentário