terça-feira, 23 de novembro de 2010
Sinto-te mais perto
Antes de adormecer é que custa, não é? Aí é que custa desviar o pensamento daquilo que mais queremos evitar. A saudade escorre pelo rosto e mancha a almofada de gotas salgadas. Os olhos brilham reluzentes contra a luz fraca do candeeiro. Mordiscamos o lábio para engolir a saliva que se acumulou na boca. Por vezes até sentimos necessidade de nos erguermos; vamos à cozinha, bebemos um copo de água, olhamos para a Lua e, como no "Dear John", sinto-te mais perto. É pena ser um sentimento enganoso, porque na verdade continuas a milhas de distância.
Voltamos para a cama, aconchegamo-nos nos lençóis e pensamos "um dia há-de mudar". E mesmo que esse dia nunca chegue, há sempre uma estrela que nos recorda de tudo o que passámos e isso chega, muitas vezes, para aquecer o coração em dias de pleno Inverno interior.
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4 comentários:
Adorei!
Obrigada Mariazinha
quando as recordações são boas aquecem-nos. e se não o são?..
continua a escrever.
(ah, e ADOOORO o dear john. o melhor filme de sempre)
Eu sou apologista de que se algo nos deixou mal é porque outrora já nos deixou muito bem, daí devermos pensar nos "melhores momentos" e não em "como acabou" (que geralmente é o pior). Mas realmente se só houver más recordações, olha, arrefecem ainda mais o nosso 'Inverno interior'!
Eu também gostei muito do filme, mas preferi o livro. Já leste? Está simplesmente fantástico! No filme ocultaram algumas partes (como sempre). E as cartas que a Savannah escreve ao John são lindíssimas, e só estão presentes no livro, infelizmente.
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