sábado, 27 de agosto de 2011

Da amizade ao amor


Eu não sou daquelas pessoas que considera que um rapaz e uma rapariga não podem ser apenas grandes amigos, sem segundas intenções. No entanto, devo dizer que considero complicado. A atracção é uma coisa que surge de forma inata e é geralmente essa atracção que estabelece uma ligação entre as duas pessoas. Depois de longas conversas, segredos confidenciados, histórias contadas, risos partilhados e lágrimas vertidas, começa a nascer uma amizade. Primeiro vêm os abraços e os beijinhos inocentes, e tudo surge tão naturalmente que os dois amigos nem se dão conta. A barreira que separa a amizade do amor chega a um ponto que se revela demasiado ténue, acabando muitas vezes por cair. Quando o interesse surge de ambas as partes, encaramos o surgimento de um amor a partir de uma amizade como uma dádiva. Contrariamente, se esse interesse começar a revelar-se apenas de uma parte, temos uma amizade estragada. Quem ama não se consegue cingir à amizade. E quem não ama não consegue avançar para o amor. Por vezes, é este despoletar de sentimentos que vem arruinar algo bonito que tanto trabalho deu a construir. Perde-se um grande amigo e uma grande amizade. Dois em um.
Geralmente, dois amigos que se acabam por apaixonar, nunca chegam a nutrir uma paixão avassaladora, mas sim um amor estável e sólido. Não provam o doce sabor da loucura, mas conseguem alicerces sólidos para uma relação.
Todos os rapazes têm amigas. Todas as raparigas têm amigos. Todavia, quando a amizade cresce e se torna demasiado grande, é conduzida ao amor. Não porque os dois amigos quiseram, mas porque a amizade deles assim o proporcionou. Não há muito que possamos fazer para impedir que os nossos sentimentos evoluam. O importante é nunca dizermos nunca a um amor a partir de uma amizade.

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