terça-feira, 30 de agosto de 2011

Da paixão ao amor


Por vezes nem são precisas muitas trocas de palavras, basta um olhar, um gesto, uma expressão... Basta algo simples, mas genuíno, para nos derretermos e nos apaixonarmos. Há um momento de euforia e ilusão, em que tudo é possível, onde não há barreiras nem obstáculos, onde nos sentimos capazes de tudo porque simplesmente amamos. Essa fase de paixão avassaladora deve, mais tarde, ser convertida em amor. O ser humano precisa disso. Ninguém consegue viver uma vida de dependência constante, de emoção permanente. Todos nós temos necessidade de assentar e acalmar. Os risos estridentes são substituídos por sorrisos ternurentos, o olhar de desejo por olhar de amor, os beijos escaldantes por beijos carinhosos, os abraços efusivos por abraços longos e sentidos. Tudo muda quando deixamos de sentir paixão para sentir amor. Dizem os entendidos que o amor só assim pode ser considerado após quatro meses de relacionamento, até lá estamos a saborear o gosto da novidade. E há relações que acabam por esse mesmo motivo - o sentimento evasivo começa a desvanecer-se e, se não se gerar um amor sólido, tudo se perde. A novidade deixa de ser uma constante, instalando-se progressivamente o hábito, a rotina. Há relações que não conseguem sobreviver a esta mudança abrupta. Há pessoas que não conseguem pôr a paixão de lado e limitar-se ao amor. Por uma razão ou por outra, não lidam com o facto de já não sentirem as borboletas no estômago, os arrepios na espinha e os suores frios. Contudo, admito que quando o sentimento que une as duas pessoas é suficientemente forte e verdadeiro, elas conseguem ultrapassar estes desafios e que no fim, estarão a partilhar uma vida e não apenas escassos momentos.

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