terça-feira, 23 de agosto de 2011

The worst of all


Conforme o tempo passa, os caminhos vão estreitando. As escolhas ficam reduzidas e as opções diminutas. Quase num ápice passamos do tudo ao nada, e esse sentimento de perda é avassalador. Não temos mais senão gavetinhas com coisas guardadas, porém faz-nos falta termos mais. Precisamos de ver, precisamos de sentir, precisamos de cheirar e de ouvir. Já dizia David Hume que «O mais vívido pensamento será sempre inferior à mais ténue das sensações». Hoje, não só concordo, como sinto perfeitamente o que ele diz. Não que não me lembre de tudo, tanto do bom como do mau. Não que não sinta ainda um calafrio quando vejo uma foto, uma coisa escrita ou algo que me recorde do que não quero recordar. Todavia, o tempo que já passou, todas as coisas que já aconteceram, o facto de eu já não conseguir sentir o que no início era inerente... Sinceramente fico triste. Sinto que algo está a ir, algo que não consigo agarrar. Tudo o que restam são memórias e recordações guardadas a sete chaves. Não há nada mais que isso. Nem lágrimas, nem desespero, nem alegria, nem emoção. Tudo se está a resumir a nada. Eu confesso, isso apavora-me.

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