Chega a uma altura em que já não dá. O coração colapsa, a mente fica demasiado fraca, a esperança perde-se e a tristeza toma o lugar da força. Sentimos que há algo mais forte do que as nossas crenças, do que tudo aquilo em que acreditamos, do que aquilo por que vivemos. Tudo se começa a transformar num pequeno buraco negro que suga as nossas réstias de amor. Eu não queria este desfecho, jamais o teria imaginado se não tivesse chegado a este ponto de desgaste total. Eu tentei não ir por este caminho, tentei a todo o custo agarrar-me ao amor que ainda tinha (e tenho) dentro de mim. Por vezes amar só não chega, não sei porquê, mas simplesmente não chega. E eu queria tanto que chegasse... Não vou dizer que desisti por falta de amor, por falta de vontade de lutar, por falta de boas recordações. Nada disso. Desisto porque não tenho mais condições de sofrer. E talvez seja menos penoso tentar ultrapassar algo que nos magoa, do que insistir em quimeras e utopias. Porque isto é apenas um sonho idílico que nada tem de real. Pelo menos neste momento já nada tem de real. Estou magoada, sim. Mas eu conseguia ultrapassar porque sempre ultrapassei. Sou talvez das pessoas mais explosivas, mas também das que perdoam com maior facilidade. Eu também fiz asneiras, eu também cometi erros, eu também cometi um grande erro quando fiz a escolha errada. Mas todos fazemos, não é? Agora trata-se apenas de renascer. Reaprender a viver. Aprender a andar só pelos caminhos. Não virar a cara a novas oportunidades. Deixar o coração livre. Não ter medo de voltar a envolver-me. Eu não queria que fosse assim. Mas o que tem de ser tem muita força. E como costumo dizer "se não veio parar às nossas mãos de novo, é porque não era realmente nosso...". Eu só tenho de aceitar de uma vez por todas essa realidade que tanto insisto em negar.
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