Todos nós temos pequenas lembranças que guardamos com carinho. Todos nós temos lembranças que guardamos com temor. Todos nós temos lembranças que nos edulcoram o espírito. Todos nós temos lembranças que nos ferem por dentro. Resumindo, todos nós temos lembranças. A questão está em viver de acordo com essas lembranças ou tentar criar novas lembranças.
As correntes que o passado usa em nós podem ser mais ou menos fortes, mas somos nós, enquanto seres humanos, que temos de decidir se queremos que elas nos continuem a aprisionar ou se, simplesmente, queremos procurar o nó e desenlea-lo. Ninguém diz que é fácil, ninguém diz que se faz apenas num dia ou em dois, nem numa semana ou em duas. Leva o tempo que levar. Só esse tempo pode demonstrar a verdadeira força das correntes, mas e se nunca tentarmos? Se nunca fizermos para que elas nos libertem, se persistirmos em alimentá-las, mesmo que com pequenas sementinhas, nunca sairemos de um contínuo ciclo vicioso. O amor e o ódio, aquando sentidos em total plenitude, podem parecer impossíveis de abandonar. Mas até o amor pode ser abafado e o ódio domesticado. E se eles insistirem em vaguear no nosso coração, pelo menos sabemos que os tentámos afastar do corpo, da mente e da alma.
P.S. Esta é para ti, tu sabes
Sem comentários:
Enviar um comentário