segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Nothing lasts forever


Nem mesmo o amor. Especialmente o amor. Para os românticos é complicado aceitar isto, e eu, romântica que sou, sinto-me um pouco vazia ao considerar que esta tese é verdadeira. No entanto, contra factos não há argumentos. E a verdade é que, quanto mais me tento convencer a mim mesma de que há amores eternos, mais me aproximo da conclusão que o que defendo não corresponde de todo à verdade. Conforme vou vivendo determinadas situações e presenciando determinados acontecimentos, vou chegando à conclusão de que nada dura realmente para sempre. Nós podemos tentar, podemos convencer-nos que haverá sempre um amanhã, contudo haverá um dia sem amanhã. Obviamente que esta passagem do "tudo" para o "nada" não se dá do dia para a noite; a pouco e pouco, os sentimentos vão esfriando, vamos ficando mais distantes, mais indiferentes, até que a chama se apaga por completo. De início até pode parecer que estamos completamente vazios, mas o que aconteceu de facto é que fomos capazes de ultrapassar um amor a fim de estarmos preparados para outro. Certas pessoas conseguem passar por este processo facilmente, outras nem tanto. E o que acontece na maioria das vezes é que quando estamos aparentemente "curados" do amor que nutríamos, ao mínimo sinal, tudo volta num segundo. No entanto, quando este ciclo se torna quase vicioso, chegamos a um ponto em que ignoramos os sinal, ou então, este simplesmente passa-nos ao lado. Vivemos quase à prova de "novas investidas". O coração torna-se mais frio, mais impenetrável, mais desconfiado e nós, nós criamos simplesmente defesas contra grandes desilusões amorosas, é como um mecanismo de auto-defesa que actua sem nós darmos sequer conta. Porque se pensarmos bem, talvez a primeira desilusão amorosa tenha sido a mais forte, talvez a segunda já tenha sido levada com mais calma e com a terceira já soubemos lidar melhor. O homem é um animal de hábitos, e por conseguinte habitua-se também às situações mais adversas.
Eu sinceramente gostava de acreditar que havia um amor que nunca morreria, que havia alguém de tal forma importante que iríamos sentir alguma coisa por ela, para sempre. Mas não há. Isso são apenas ilusões que alguns de nós insistem em acreditar para se sentirem melhor. No fundo, talvez tudo o que ainda não acabou é porque não lhe foi dado tempo suficiente para acabar.

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