segunda-feira, 28 de março de 2011

Viver de memórias


Chegou a altura de rasgar as fotos, destruir as cartas e eliminar os pensamentos. A espera tem um momento em que expira e a minha expirou. Não sei se ficarei melhor, mas pelo menos sei que tentei ficar. Antes disso enviar-te-ei a última carta, a última carta já escrita há alguns meses e guardada numa esperança quase devastadora. A esperança foi a minha destruição, o acabar de uma série de sonhos que residiam em mim. De que vale viver a olhar para uma foto? De que serve reger a vida segundo linhas escritas em momentos de paixão ardente? Será que estar sempre com uma música na cabeça alimenta um amor ou vai corroendo o que temos? O tempo não volta atrás, e o que está para a frente infelizmente não sabemos. A minha vida já deu voltas e mais voltas, mas se nunca parou em ti após todo este tempo é porque não voltará a parar. É bom saber que foi bom e melhor ainda saber que não desejo que volte a ser.

1 comentário:

Anónimo disse...

Um errozinho para emender:

vais corroendo o que temos?

Papi