Sinto-me completamente ridícula. Ridícula como as cartas que Fernando Pessoa escrevia à sua Ofélia.
É estranho ter sonhado com o que sonhei. Céu cinzento, nuvens altas e cerradas. Chuva miudinha que ia engrossando. Estavas de casaco preto e enrolavas-me no teu calor. Sentia-me extraordinariamente protegida. Irrevogavelmente tua.
Não quero contar mais, quero que se realize.
Espero inquietamente o teu parecer. Estou viva outra vez. O miocárdio revigorou-se; o sangue é bombeado com energia; os lábios estão rubros de rosa. Consigo até sentir um formigueiro na barriga.
Já não me lembrava do que era o amor. Este estado de constante descoberta! Nem sequer me lembrava de como é pensar que amo, quando na verdade, tenho apenas sonhos ridículos, sonhados por quem ainda preserva sentimentos ridículos.
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