sábado, 11 de dezembro de 2010

O fim é inevitável, não é?


Tenho medo da morte. Tenho mesmo muito medo da morte. A morte assusta-me pavorosamente. Não tanto morrer, mas pensar que tudo 'isto' irá acabar. São tantas as batalhas, as lutas, as glórias, os fracassos, a entrega, o sacrifício e num piscar de olhos "puff". E quantas vezes eu penso de mim para mim que não fiz o que devia ter feito, e que há coisas irremediáveis. Sinto que corro para um vazio absoluto. Cada passo em frente é mais um passo que se aproxima do abismo. Este precioso segundo não se voltará a repetir e estou exactamente um segundo mais perto daquele que será o fim. Às vezes penso que vou enlouquecer quando penso a fundo nesta temática. Não são poucas as vezes que, quando me deito, preencho a almofada de água salgada. Há pessoas sem as quais acho que não conseguia continuar. Há pessoas que se me faltarem me vão obrigar a fechar-me no meu próprio mundo, a criar barreiras entre o que sinto e o que devo sentir.
Não é tanto por mim, é mais por aqueles de que gosto.
Quando estou nas minhas reflexões penso «envelheço, e se não me caso? Eu envelheço, a minha família envelhece. A minha família envelhece e morre. Não constituí nova família. A minha companhia será o cemitério.». A solidão também me aterra por completo.
Sou daquelas pessoas que aparenta estar sempre bem com a vida; forte; determinada. Mas, na verdade, quando os meus lábios sorriem, a minha alma chora, e chora tantas vezes quantas as estrelas visíveis no céu de África.

2 comentários:

Guilherme Meirelles disse...

Será que "o fim" é mesmo o fim?
Se nada é constante na vida como podemos ter tanta certeza que a morte é eterna? Quem nos garante que a morte física coincide com o fim de tudo? A vida são as férias que a morte nos dá, quem garante que não se repetirão? Se a tua alma chora, diz-lhe para sorrir porque tens tudo o que precisas. Aproveita as batalhas, as lutas, as glórias, os fracassos, a entrega, o sacrifício, aproveita tudo! Mas pensa no seguinte. Quem sabe se a alma não se manterá quando o corpo não conseguir continuar?

Joana Madeira disse...

Temos poeta gui, uiui :$