Há um misto de emoções que percorrem todo o nosso corpo. Queremos viver e fazer o que der e vier. Ficamos obcecados com tudo e com nada. Há uma energia que perfura todos os póros do corpo e sentimos que somos donos do mundo. A nossa vida é uma oscilação constante entre a escola e a vida social. O abdicar de certas coisas para poder conquistar outras, e por vezes (muitas vezes) fazer as escolhas mais erradas do mundo por falta de experiência. Adolescência é isso mesmo, errar. O que nos parece mais certo é quase sempre o mais errado, mas a verdade é que também é uma idade na qual todos os riscos parecem acessíveis. Trocamos muitas vezes noitadas com os amigos por horas de estudo e muitas, outras horas de estudo por conversas de café. Vivemos na corda bamba, sempre a tentarmos equilibrar a balança constantemente desajustada. Vivemos as primeiras paixões, amamos muito, amamos com todo o coração que nos é disponibilizado nesta ingénua etapa da vida. Descobrimos as primeiras coisas, as primeiras sensações que farão parte da vida adulta. Contactamos com o proibido e com o desadequado. Temos dias de euforia e dias de depressão. Dias em que tudo assume múltiplas cores e um brilho exorbitante e outros em que parece que o mundo desaba à nossa volta. Somos muito irracionais - para quê pensar quando podemos agir? A nossa vida, nesta tenra idade, resume-se a actos e não a reflexões. Como diz o Rui Veloso "tão depressa o Sol brilha como a seguir está a chover". É belo, não é? Eu acho. E acho também que de tanto querermos viver com tanta intensidade estes efémeros anos, acabamos por perder muitas coisas, coisas que jamais poderemos recuperar. Todavia deixemo-nos de coisas e aproveitemos isto, que não durará para sempre...
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