Querido *,
Depois de reflectir, apercebi-me que me dás mais do que o que me tiras, mas também que o preço que tenho de pagar para te ter é demasiado alto. Não sei bem que pretendes que te diga, o que me mostras num dia é completamente o oposto do que se segue. Isso deixa-me confusa...
Parece que nem toda a gente sabe viver com o amor que sente, eu estou a aprender a viver com o nosso. Sim, ainda há amor, não há? Tenho de te revelar uma coisa - ontem de manhã, após ter dormido sobre nós, escrevi-te uma coisa. Um desabafo, digamos, daqueles demasiado profundos que escrevo apenas para mim, que talvez nunca o chegues a ler, porque provavelmente não valerá a pena... Como estava a dizer, o nosso amor. Ora, amar não implica necessariamente depender, no meu caso, eu dependo. Acho que esta relação é mais forte do que a simbiótica que os animais utilizam para conseguir sobreviver. Sem esta relação de simbiose eu consigo viver, melhor, consigo respirar, viver não é bem o termo... Há uma subtíl diferença entre manter-me viva e viver. Já não consigo, desde que nos perdemos um ao outro, olhar para os teus olhos. Talvez por ter medo do que eles me possam dizer. Acho que já te disse que os teus olhos são demasiado sinceros, totalmente transparentes, e para ser franca tenho medo do que eles possam espelhar, pois eu sei que eles retratam exactamente o que preenche o teu coração.
carta de uma mulher com saudade
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