domingo, 16 de janeiro de 2011

Vida à velocidade da luz


Dizem que a velocidade da luz é de 299 792 458 metros por segundo. Acho que a minha vida está a passar ainda mais rápido. Tenho uma sensação assustadora de que a vida me está a escapar por entre os dedos. Eu quero agarrá-la e fazê-la acalmar, mas teimosa insiste em voar e voar. Nunca tenho aquele pensamento de "ainda é quarta", mas sim de "já é quarta". Atormenta-me o facto de saber que estou a desperdiçar preciosos segundos em prol de nada. São segundos perdidos, minutos esbanjados, horas e horas que perco sem mais não. Tenho muito medo de chegar ao fim, de libertar o meu último suspiro e pensar que não fui uma pessoa realizada.
Deixar sonhos pelo meio, coisas por dizer, sentimentos por demonstrar... tudo isso faz parte de não sabermos quando deixamos o mundo, mas não nos sentirmos realizados, sabermos que não concretizámos aquilo que planeámos, aterroriza-me. Gostava de conseguir parar o meu relógio biológico, parar por uns momentos no tempo, conseguir controlá-lo nem que fosse por instantes, uns míseros instantes que me permitissem respirar sem me aperceber que entre a inspiração e a expiração já se passaram centésimas de segundo...
Acho um perfeito desperdício de tempo todas as zangas, todos os amuos, todo o tempo que não passamos com quem mais gostamos por causa de birras parvas e completamente inúteis, mas a verdade é que todos já evitámos estar com quem amamos, já nos chateámos com as pessoas pelas quais mais zelamos. E porquê? Para quê fazer isto se haverá um dia que havemos de desejar mais que tudo suspirar pela última vez com os grandes amores da nossa vida?

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