quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

As cores da minha vida


Sabem aquelas telas cheias de cores, nas quais não conseguimos distinguir nada de muito concreto? Onde as tintas se imiscuem com o branco da tela e formam uma imagem sem concordância aparente, mas que no entanto tem uma razão de ser? Assim está tudo à minha volta. Não consigo afirmar com certeza nada do que é relativo à minha vida. As cores, que já são tantas e todas misturadas, ainda insistem em mudar de lugar, em se juntar conforme lhes é mais conveniente. E eu, eu fico a observar a confusão que vai sendo criada na minha cabeça, em cada dia, todos os dias. Gosto das coisas preto no branco e com os pontos nos i's, mas a verdade é que, de momento, não estou a conseguir dissipar as outras cores, nem pontear os meus "i's".
Às vezes tropeço nas minhas asneiras e levanto-me meia atordoada a pensar "como pude um equacionar esta hipótese?", porém a verdade é que algo me fez equacioná-la e se caí, não se deveu só a mim, mas também àqueles que me ajudaram a fazer a minha própria emboscada. Como eu gostava que as coisas fossem transparentes, que um olhar fosse mesmo o espelho da alma e o caminho para o coração. Mas que mais será a vida, se não um indecifrável mistério?

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