Querido *,
Há muito que nada te digo, há mais tempo ainda te deixei de sentir, mas escrevo-te para que saibas que estou aqui. Que nunca saí daqui desde o dia em que me deixaste. Lembras-te da prenda que me deste? Eu guardo-a com muito carinho e por vezes fico a olhá-la com saudade, sabendo que não mais receberei algo de ti. Se estás bem, eu estou bem, não por mim, mas por ti. Se me olhasses nos olhos, oh se me olhasses nos olhos perceberias que eles dir-te-iam tudo o que eu não tenho coragem. Nunca houve mentiras, nunca houve ilusões entre nós e isso, meu querido, deixa-me profundamente feliz, pois a única mágoa que guardo é a de não te ter ao pé de mim, sentado a escolher os nomezinhos para os nossos filhos. Mas eu sei que tens alguém ao teu lado... Não eu, se calhar melhor! Oh não penses que invejo, não. São coisas assim que nos fazem fortes. Se sofri? Deus é minha testemunha. Se chorei? Tão certo como o Sol ser uma estrela. Se estou feliz? Parcialmente. Se tenho tudo? A lacuna do teu ser é demasiado grande para dizer que tenho tudo, ou pelo menos tudo o que preciso.
Deixemo-nos destas coisas, só gostava de te dizer que está é a milésima carta que te escrevo e que rasgo no momento a seguir. Nem as guardo... Para quê? São apenas memórias e memórias posso guardá-las no meu coração! Só escrevo para saber que tive coragem de expor estas coisas que me atormentam o coração. Ai se atormentam... Para ti deixo-te um beijo ténue, cheio de carinho. Para nós, um leve adeus. Quem acredita na vida depois da morte sabe que um dia, daqui a muitos muitos dias, tu irás pegar na minha mão e dizer "fica comigo para sempre".
carta de uma mulher com saudade
Sem comentários:
Enviar um comentário