quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Projectos para o futuro


Toda a gente cai, mas apenas alguns se levantam. É como no amor, todos se apaixonam, mas só alguns conseguem esquecer. Não sei ao certo a razão deste facto, mas que o há, há.
Eu tinha o meu futuro tão bem traçado, as coisas tão concretamente delineadas que nem eu sei como cheguei a este ponto de confusão profunda dentro de mim. Ter um grande namoro, daqueles que duram os seus 8 anos, 8 parece-me perfeito. Depois disso casaríamos e compraríamos uma casa no Parque das Nações. Passados uns 3 ou 4 anos nascia o primeiro filho, passados 2 ou 3 anos vinha o segundo rebento e daí a uns tempos (se eu tivesse coragem) enchia os cinco bancos do carro. Gostaria muito de fazer viagens ao lado daquele que amava, descobrir coisas novas e partilhar sítios únicos na companhia do meu mais-que-tudo. Levaríamos as crianças à escola, faríamos imensos jantares de família, escolheríamos sempre o nosso destino de férias juntos e partilhávamos diariamente o que nos acontecia a nível profissional e pessoal. Íamos envelhecendo, mas saberíamos manter a chama do nosso amor acesa como se ainda tivéssemos os nossos lindos 20 anos... Os filhotes começavam a casar-se, a sair de casa, a tornar-se completamente independentes de nós e a casa voltaria a ficar vazia como nos primeiros anos de casamento. Aí iria começar a viver de novo. Reformados, velhos e cheios de rugas iríamos continuar a agarrar na mão um do outro e a ver filminhos juntos como fazíamos em adolescentes. E quando a morte nos quisesse separar, deveríamos aceder-lhe de bom grado. Pois, daí a breves momentos o que ficou iria ter com o que partiu. É uma relação de simbiose que, quando quebrada, não conseguia manter o outro organismo vivo. Quando nos reencontrássemos outra vez, onde quer que fosse, teríamos a certeza que mais nada, nem mais ninguém nos iria separar, e aí sim, seríamos felizes para sempreE seremos.

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