Por vezes devemos viver a vida com base em alguns princípios sociais. Não importa só o que queremos, mas também o que devemos. A minha está exactamente assim - não o que quero, mas o que devo. Se é injusto? É. Mas a minha decisão, ainda triclitante, não tem só como base a opinião de terceiros. A base é a minha própria essência. Sempre repudiei estas atitudes e cheguei a chamar nomes bastante desagradáveis a quem praticava esta filosofia de vida. Vejo-me um pouco entre a espada e a parede. Desta vez o peso do que quero é muitíssimo grande, mas o peso do que moralmente devo é avassalador. Acho que viveria com um sentimento de culpa diário, não que o que receberia em troca não compensasse, mas tenho consciência de que não me iria sentir eu, mas sim outra "coisa" qualquer sem valores ou príncipios. Ligo demais ao que os outros dizem, é uma verdade, mas neste caso trata-se de ligar ainda mais ao que eu diria de mim própria.
Os erros pagam-se caro, demasiado caro. Talvez um dia eu consiga remediar o que agora me parece irremediável. Agora só me resta viver desta maneira, escondida na sombra das emoções, escudada no meu sorriso pouco verdadeiro e a tentar que o meu olhar não brilhe demasiado quando passares, eventualmente, por mim. Que a alma se controle e o corpo obedeça. Que Deus me guie o caminho a seguir e me pare de empurrar para o que quero e que, de seguida, me puxe para o que devo. Que todas as forças da Natureza me permitam, um dia, libertar o que de mais puro tenho, este amor inebriante que me alimenta e me dá conforto nas noites de desalento. Que o vento me traga o teu cheiro e a brisa o teu calor. Que me consigas segredar de vez em quando que ainda me amas a mim como eu te amo a ti. Keep your promise and I'll keep mine, our love is forever, we both know.
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