Querido *,
por mais que escreva, as palavras parecem-me sempre inesgotáveis, já as forças, essas estão a fraquejar. Cada vez me deito mais cedo, e cada vez adormeço mais tarde. Todo o meu ser procura por ti. Olho para todos os recantos da casa e em cada ínfimo pedaço encontro uma marca tua. Ontem fiz peixe para o jantar, aquela comida que sempre odiaste e que te obrigava a comer, coisa que disseste que nunca iria conseguir. A minha pequena chantagem resultava sempre e tu lá comias com umas caretas. A noite de ontem estava sombria, ninguém se sentou à cabeceira, no teu lugar. A Carol esticava e encolhia as pernas enquanto brincava com a comida na boca, tal como tu, odeia peixe, como sabes. Eu ando a fingir que como, que sorrio, que estou feliz, que tudo me corre bem. Noto que, de dia para dia, os meus olhos brilham menos, a vontade de viver é decrescente e as saudades que sinto por ti são quase insuportáveis. Sabes perfeitamente que estou aqui à tua espera, que podes voltar para o lugar que pertences quando quiseres. Por muitas voltas que o mundo dê, eu acreditarei sempre em nós, na força que o nosso amor sempre teve para ultrapassar os desacatos, as discussões, as pequenas batalhas - por muitas que tenhamos perdido, e que continuemos a perder, sei que no final vamos ganhar a guerra. Vou crer que um dia tudo vai voltar, como sempre fiz e continuarei a fazer. My neighboors may think I'm crazy, but they don't understand, you're all I have.
carta de uma mulher com saudade
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