domingo, 6 de fevereiro de 2011

Visão feminista das coisas


As mulheres são o ser mais poderoso à face da terra. Muitos homens já o admitiram e os que não o fazem é porque são demasiado machistas e retrógrados. Já lá vai o tempo em que a mulher era vista como o elo mais fraco, a peça de uso descartável, o mero utensílio que cozinhava, lavava, limpava, cuidava dos filhos e mantinha a casa em ordem. As coisas mudaram e ainda bem que assim foi. Passámos de donas de casa a empreendedoras. Nós conseguimos fazer tudo. Temos a capacidade de ser dedicadas ao trabalho e à família, de fazer uma coisa e outra ao mesmo tempo, de ter um ouvido aqui e outro acolá. Comitantemente sensíveis e duras. Choramos quando a nossa fragilidade se sobrepõe à nossa força; tirando isso conseguimos suportar as maiores dores. Entregamos a nossa alma mais facilmente que eles. Eles dão o corpo, nós o coração. Ficamos desoladas, magoadas, espavoridas, quando eles dizem aquelas palavras frias de quem nunca sentiu amor. Chegamos a culpar-nos por eles dizerem as barbaridades que dizem. Preferimos acarretar as culpas de um amor fracassado do que chutar a bola e seguir em frente. Nós perdoamos, mas nunca esquecemos. Eles esquecem, mas nunca perdoam. Temos uma visão romântica do mundo. Somos mais genuínas, mais surpreendentes. Há uma chama dentro de nós que permite que levemos tudo até ao fim. Suportamos a relação e equilibramo-la. Arranjamos mil formas de acabar, enquanto eles se limitam a proferir a palavra "acabou".
Podemos ser confusas, inconstantes, ter os nossos descalabros. Por vezes podemos até ser mesquinhas, irritantes, cuscas e metediças. Já não é defeito, é feitio. Mas somos nós, simplesmente nós. E quer os homens contradigam e debatam esta temática, somos seres encantadores, extraordinários, sublimes e misteriosos. M de mulher, m de melhor.

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